ANÁLISE PSICANALÍTICA, SOCIAL E IMPARCIAL DA ESCRAVIDÃO MODERNA.


Vivemos num mundo GLOBALIZADO,  da imposição do poder do capital influenciando na transformação em uma única regra subjetiva, imposta como PADRÃO DE MEDIDA para uma AFERIÇÃO UNIVERSAL.  


Resultado de imagem para balançaTomemos como exemplo, uma balança, instrumento que informa COM PRECISÃO, a medida de uma massa corpórea, sendo porém uma aceitação universal. É o simbolo da justiça, que em tese, deve dar o seu veredito de maneira imparcial.

A Aceitação Universal é a NORMA, que se impõe pela RAZÃO, as regras matemáticas, preservar o meio ambiente, combater  intolerância, sexismo e racismo, são porém aceitáveis pela razão, sendo portanto IRREFUTÁVEIS. 

A GLOBALIZAÇÃO impõe muitos PADRÕES DE MEDIDAS, um deles é quando empresas, muitas delas de pequeno porte, exigem  que seus empregados façam cursos de Inglês, apenas como norma de obrigatoriedade, quando na realidade, o Inglês não será usado para a atividade laboral; eis portanto  um padrão de medida desnecessário, que só dará oportunidade para quem puder pagar o curso, porém por trás desta norma, está um artificio psíquico, que invade de maneira sorrateira a soberania do outro país,  para elevar o poderio de PAÍSES GLOBALIZADOS, como é o caso dos Estados Unidos da América. Desta forma, se eu UNIVERSALIZAR minha língua,  portanto mais poder e influências eu terei dentro do país do outro, sem precisar usar a força.




A DOUTRINA NEO LIBERAL veio com força na América Latina e Central. Poderosas empresas incentivaram líderes políticos a privatizarem  todas as suas Estatais, argumentando que tal prática, contribuiria para se ter maior produtividade, que não é  sinônimo nem de progresso e nem de desenvolvimento social.
O aumento da produtividade humana está pondo em perigo a vida de animais terrestres, aquáticos e do próprio Planeta.

Vamos analisar a figura supra, de maneira filosófica e psicanaliticamente.

1. Ele não é  empregado do restaurante

cheque mate dos grandes empresários globalizados é  se valer do desemprego como forma de manipulação.  Incentivar entregadores de marmita por aplicativo,  isenta-se o empresário  de ter sob sua responsabilidade,  um funcionário que pode adoecer, chegar atrasado, ter que ficar em casa desfrutando do direito da licença paternidade, adoção, amamentação,  etc. Sem estes encargos trabalhistas é óbvio que o custo da marmita vai diminuir e consequentemente as vendas se elevarão, tanto na loja física, como na loja do aplicativo virtual.  Desta forma, os empresários da loja física e do aplicativo conseguiram  se livrar de ter funcionários nas suas empresas. Juridicamente estão criando empregos, mas racionalmente não estão contribuindo para o desenvolvimento da estabilidade social e seus entregadores, não são empregados, mas sim pessoas desempregadas, biscateiros, que sobrevivem sem direitos sociais e não estão assegurados nem pelos empresários e nem pelo Governo. Ademais, grande parte destas empresas de aplicativos são internacionais, que se instalaram em países subdesenvolvidos, mas seus escritórios estão nos mais situados pontos comerciais capitalistas.


Os aplicativos tornam baratas as suas milhões de entregas diárias, deste montante diário, o aplicativo fica com 60% do valor bruto das entregas e o restante é dividido e repassado para os seus entregadores, chamados sóciosDesta porcentagem que recebem, os entregadores precisam pagar não só sua alimentação diária, como protetor solar, as bicicletas que alugaram ou compraram a prestações, as manutenções nas bicicletas, como as trocas de pneus. No final do dia, estes entregadores pela alta jornada de trabalho, estão retornando exaustos para suas casas, ao passo que o aplicativo, que está com seu escritório geral localizado em países de primeiro mundo, está milionário, porque controla o mercado de distribuição no Brasil, na Argentina, e em diferentes e diversas partes do mundo. O aplicativo tem milhões de formiguinhas, de diferentes etnias, línguas, raças,  trabalhando arduamente para enriquecê-lo. 
Suponhamos que  coloquemos o Aplicativo cuidadosamente no Divã e analisemos suas atitudes, como se fossem sua fala, podemos concluir:


1. O aplicativo distribui equitativamente os serviços de entrega, de modo que não há disputas por pontos;

2. O aplicativo dá chances para todos, independente de cor, raça, sexo;

3. o aplicativo paga por entregas, assim quem trabalha mais ganha mais;

4. O aplicativo faz com que todos sejam senhores de si, são livres para iniciarem e terminarem  de trabalhar na hora que desejarem;  

5. O aplicativo incentiva a meritocracia e o empreendedorismo. O colaborador(a) só precisa ter uma bicicleta, um capacete, um celular, uma bicicleta e uma mochila térmica  para iniciar seu negócio. 

O Aplicativo, pelo ponto de vista da interpretação filosófica é óbvio que é um capitalista, opressor representante da atual globalização e disto não temos dívidas, mas pela psicanálises vamos perceber que este indivíduo, se assim pudermos chamar, é consciente de seus atos e sabe que eles são totalmente contrários aos princípios sociais do trabalho, portanto para que seu empreendimento dê certo, ele precisa apenas transformar aquilo que é mal,  num bem, que nesse caso é o desemprego. Se ele inculcar na cabeça do desempregado que ele  se tornará um empreendedor, com apenas um pequeno investimento, que terá um emprego estável e livre de patrões, podendo iniciar e terminar a hora que bem desejar, sendo remunerado conforme sua dedicação de trabalho,  conseguirá de maneira sútil  atingir seu êxito, mas a longo prazo, os envolvidos  só sentirão as consequências num futuro próximo, como falta de apoio em acidentes, perder horas de lazer e não poder ficar com a família, não conseguir se aposentar e assim sucessivamente.  Mas o aplicativo sabendo que uma grande população mundial está desempregada e clamam por emprego, lança este artificio na sociedade e desta forma conseguem o aval dos governantes mais radicais,  pois a população clama por emprego e desta forma o aplicativo joga a população contra o governo e o governo ACOVARDADO, não pode ser contra o aplicativo, bastando autorizar seu funcionamento. 



O outro ponto que podemos retirar desta análise psicanalítica está que o cidadão pensa que pelo fato de não ter patrão é  senhor da sua própria vida, mas o que o aplicativo não explica é  que este cidadão que tornou-se um entregador é  como se fosse um desempregado, pois se cair da bicicleta e vier a ficar incapacitado não receberá  nenhum benefício, e se desenvolver alguma doença por lesão repetitiva  não poderá colocar o aplicativo na justiça, pois o aplicativo poderá argumentar que se o entregador é  livre para trabalhar, então é  livre para fazer entregas de maneira tranquila, com espaçamento de horários.

Pelo simples fato de não ter um patrão, que o assegura através do registro em carteira, este mesmo cidadão não terá direito a férias,  folga, plano de saúde. Que são direito a universais garantidos em convenções internacionais.

A astúcia NARCISISTA do Capital Opressor e voraz consegue quebrar todas estas regras e sutilmente escraviza seus envolvidos. Todos trabalham arduamente 6 dias na semana, mais de 10 horas de serviço, para ter no máximo um soldo de $2.000,00 reais. O item 5 é  um dos mais graves. Se o trabalhador não está registrado, então ele próprio  precisa pagar seu próprio Regime Previdenciário, mas a situação de dificuldade faz com que  o cidadão abra mão de pagar sua Previdência Social e desta forma não é mais um assegurado no Programa Social do Governo, além de não ter mais o direito à aposentadoria. Outra coisa pior vem pela frente. Se A, B, C, D ... não pagam a previdência, o que ocorre é  um rombo na previdência, prejudicando outros trabalhadores associados. Atualmente o Brasil fez a reforma Previdenciária e aumentou o tempo de contribuição de seus associados.

O que de fato está ocorrendo é  que empresários não querem que existam institutos como o INSS, pois para tê-lo é  necessário que se crie empregos com carteira registrada, que geram  impostos, os quais pagam estes funcionários públicos,  que para o empresariado são  estorvos.  O Cheque mate psíquico deste sistema, agora é manipular a empregabilidade estável para proporcionar a quebra da previdência, que  quebrando inicia-se à concorrência entre bancos para fornecem planos de aposentadorias privadas. Se outrora o dinheiro era administrado pelo governo social, isto significa que o governo por mais corrupto que seja, tem que dar algum benefício para o povo. Se o dinheiro está em posse  do governo federal, este dinheiro está no seu país de origem, gerando juros para o seu país de origem e cujos juros podem ser reaplicados na poupança, ou na própria previdência. Outro problema está que a maior parte deste bancos são internacionais. Assim se o banco B, recebe dinheiro das contribuições voluntárias do país A, do B, ou de qualquer outro, este banco torna_se mais forte e deixa estes países mais fracos,  pois o dinheiro até pode em número pertencer a este país, mas na prática pertence ao banco que o agregará pouco a pouco ao capital internacional.

QUAL É A IDENTIDADE DO CIDADÃO  QUE LABORA DE MANEIRA SUBORDINADA A OUTREM, NO SÉCULO XXI? O QUE ELE É, COMO ELE SE VÊ, MAS COMO DEVE SER DENOMINADO?

Durante o grande crescimento da Revolução Industrial,  principalmente no século 17, o filósofo e Economista, Karl Marx, sabiamente analisou a identidade do  trabalhador, naquele período, denominando-o de proletariado, que  não poderia ser considerado  servo, pois o servo dispunha de uma terra na qual trabalhava, e quer produzisse ou não, tinha um lugar para se abrigar com a família. O proletariado não tinha casa e vivia em aluguéis insalubres, de modo que se perdesse o emprego e não se recolocasse  estaria na mendicância,  vivendo nas ruas, diferentemente do servo, que poderia passar fome, mas não estava desabrigado. O proletariado também, não poderia ser considerado um escravo, já que este mesmo explorado, tinha direito a um abrigo e a receber comida. O proletariado por sua vez, embora  livre é  explorado, sem direito a moradia ou alimentação deve sobreviver com aquele soldo que o patrão lhe oferece. O proletariado por sua vez não poderia ser um empregado, pois o empregado tem direito a um salário digno que lhe garantisse pelo menos as funções básicas de vida.  Marx concluiu que o proletariado nada mais era do que um homem nu,  um nada, um ser desprezível que o capital criou. Que o capital, conseguiu dissolver todas as relações estáveis que pareciam estar solidificadas.


Durante o século XIX é início do século XX,  movimentos que através de muito derramamento de sangue, conseguiram  conquistar direitos trabalhistas como férias,  folga semanal, seguro desemprego, insalubridade, FGTS, dentre outros. Porém no final do século XX e início do XX, e eventos como a queda do Muro de Berlim, das ditaduras militares na América Latina, abriram espaço para a política Neoliberal. A análise que podemos fazer do cidadão trabalhador moderno, que o capital quer transformar é  uma análise nada animadora. Primeiro ele assemelha -se a um escravo. Não pode ser chicoteado, mas pode ser submetido a horas estressantes de trabalho. Ao contrário dos escravos, cujo proprietário não podia deixá-lo de alimentar, o trabalhador moderno não precisa ser alimentado, pois ter uma hora de almoço é  um absurdo. Almoçar em 15 minutos já é  o suficiente e o trabalhador deve levar sua marmita. O trabalhador assemelha -se ao servo, na medida que ambos alugam seus instrumentos de trabalho, porém o servo no final do dia tinha um pedaço de terra, para repousar com sua família, caso  o servo no final do dia, não conseguisse pagar para o Senhor Feudal o valor da couveia, poderia continuar na terra e trabalhar por troca de alimento para outro servo, mas o trabalhador moderno, se ao final do dia não tiver conseguido fazer nenhuma entrega, ou batido sua meta, além de ficar com a dívida do instrumento e ter o nome sujo, ainda ficará desabrigado.
 O trabalhador moderno está bem próximo do proletariado,  mas neste caso está um pouco acima deste. No primeiro caso o proletariado não tinha direito a nada, apenas o assistencialismo das Igrejas, hoje o trabalhador (Na teoria, mas não na pratica) poderá pagar sua própria previdência, seu plano de saúde e seus seguros, todos com valores exorbitantes. Poderá também, se ficar desempregado sobreviver de Bolsa Família, dormir  albergs,  comer em Bom Prato. Empreendedor de Aplicativo e Proletariado, ambos são explorados e sem direitos e não são donos do meio de produção e são obrigados a produzir em excesso ( mais valia) sendo que o excesso da mais valia está na posse do proprietário. Não paramos por aí. O empreendedor de aplicativo  está bem próximo do desempregado, já que estão ou na linha, ou na margem da linha de pobreza.  O trabalhador atual está muito próximo do biscateiro, o problema é  que este pensa que é  empregado ou presta serviço para uma empresa, como por exemplo, as de aplicativos, ao passo que o outro está subjugado ao ferro velho.
Como sugestão de leitura.

Ubaldino de Barros.


Karl Marx. Salário Preço é Lucro.
Tudo o que é  sólido se desmancha no ar.
A crítica da razão indolente.
 O mal estar na sociedade.
 O direito a preguiça.




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