A viagem interplanetária de um jovem chamado Micromegas

 A viagem interplanetária de um jovem chamado Micromegas

 

OBJETIVO .

  1. resumir e resenhar o livro Micromegas de Voltaire;
  2. O autor em destaque:
  • critica as intolerâncias religiosas, (Cristianismo, Islamismo e o próprio ateísmo em si);
  • critica também a ciência empírica e põe em xeque o especifismo humano;
  • demonstra a importância da Separação do Estado e da Religião;
  • acredita em vidas fora do sistema solar;

VIDA E OBRA DO AUTOR

  1. Voltaire, pseudônimo de Fraçois Marie Arouet (1694-1778), nasceu e morreu na França;
  2. A maior parte de sua vida, esteve exilado, ora na Inglaterra, Suécia ou na Prússia, por motivos políticos e religiosos, porque a França, vivia em duas tiranias: Uma do Estado Monárquico e outra da Religião Católica, que não hesitava de mandar à fogueira aqueles que julgava parcialmente como hereges;
  3. Voltaire, foi também, escritor, historiador, cronista; aventurou-se pela filosofia do Direito, quando escreveu O Tratado a cerca da tolerância por ocasião da morte de Jean Calas, em que demonstra a importância da Separação do Estado e da Religião, sendo o Estado soberano para Governar os Súditos, pela elaboração e aplicação de boas leis, ao passo que e a Igreja, apenas deveria ser responsável em proporcionar a cura da alma dos fieis. Aventurou-se também pela Filosofia da Ciência, quando escreve Os Elementos da Filosofia de Newton, bem como aventurou-se na ética, em que criticaespecismo humano, principalmente no livro O Filósofo Ignorante.

 ANÁLISE DA OBRA

    A comentadora Maria das Graças Nascimento, em seu livro: Voltaire e a razão militante, mostra ao público leigo, que “a obra voltairiana possui dupla estrutura, sendo que uma está centrada na narração dos fatos sendo um pretexto para a investigação filosófica, e a outra centrada nos personagens e situações, em que o autor coloca em cena sua concepção de mundo”[1]. (Nascimento, 1996 pag. 57, apud Barros, 2014).[2]

    No conto, Voltaire vai descrever a viagem interplanetária de um jovem chamado Micromegas, de aproximadamente 8 léguas de altura, que habitava um planeta que girava em torno da estrela Sirius. O texto se destaca pelo seu caráter irônico, de humor e principalmente de crítica ao fanatismo religiosos, que se fazia presente em pleno século XVIII, além de ao mesmo tempo, fazer um apelo, para que o homem se inclinassem mais à ciência do que à metafísica, tendo em vista que a religião não aceita ser negada, ao passo que a ciência é tolerante nesta questão. Vejamos:

    Os especialistas em álgebra, gente sempre muito útil para o público, já devem estar correndo para pegar a caneta e calcular que, se o senhor Micrômegas,habitante do país de Sirius,mede 24 mil passos da cabeça aos pés – o que dá oequivalente a 120 mil pés de rei –, e nós, cidadãos da Terra, mal chegamos a cinco pés... O nosso viajante conhecia às maravilhas das leis da gravitação e todas as forças atrativas e repulsivas... (Micromegas, s.d., p.04, apud Barros,2014).[3]

    Voltaire, também queria denunciar as perseguições religiosas que ainda se faziam presentes em pleno século XVIII, cujos avanços da ciência e filosofia já estavam presentes. Micromegas fora alvo desta intolerância a qual o próprio Voltaire sentiu-a na pele, quando viu seus escritos serem queimados na fogueira, como ocorreu com sua Obras:Cartas Inglesas. Vejamos:

    O teólogo oficial de seu país, um sujeito muito detalhista e muito ignorante,viu no livro afirmações suspeitas, temerárias, que lhe soavam mal e cheiravam a heresia e, por isso, passou a persegui-lo insistentemente... Afinal o mufti fez com que o livro fosse condenado por jurisconsultos que não haviam lido, e o autor teve ordem de não aparecer na Corte durante oitocentos anos (Idem, p.4).[3]

Micrômegas, foi condenado e obrigado a deixar seu planeta, empenhando-se então em uma viagem interplanetária, que teve um caráter de formação espiritual, conforme nos mostra a seguinte passagem:

(...)o teólogo conseguiu fazer com que o livro fosse condenado por juristasque nem o leram e deram ordem ao autor de sumir da corte por 800 anos. Na verdade, ele nem ficou muito aborrecido por ser banido de uma corte onde só havia intrigas e mesquinharia. ...Então, Micrômegas saiu viajando de planeta em planeta para completar a formação de seu espírito e de seu coração (Idem,p.4).[3]

    Para Voltaire, e para os Iluministas do século XVIII, é preciso viajar para adquirimos o mais amplo conhecimento das coisas. Voltaire, assim se expressou no conto de Micromegas e no de Candido e o outro filósofo, Denis Diderot muito bem se expressou em Suplemento à Viagem de Bouguenville, mas antes deles, tivemos outros, como Swift, que escreveu as viagens de Guliver. Todos estes pensadores afirmavam que é durante o ato de viajar, que ocorre o nosso aprendizado, pois conhecemos novas culturas, novos costumes, novas pessoas, novas crenças, modificamos nossas antigas visões e adotamos novas visões de vida. Viajar nos faz descobrir e alargar o pensamento. Passamos a olhar o mundo de uma forma critica, comparando e julgando-o de uma forma mais clara, pois teremos mais embasamento teórico e prático para isto. (CRONK, 2010, p.44 e DURANT, 2001, p. 41).

    O gigante Micromegas de Voltaire é concebido com mais de mil órgãos do sentido. Para Voltaire, não é ter muito ou pouco órgãos dos sentidos que me dará uma completude e satisfação existencial, pois a incompletude das necessidades existenciais podem ocorrer tendo-se mais de mil órgãos do sentido ou menos de mil órgãos, isto se dá, porque os seres não são completos. Bastava ver na terra, como cada ser possuía órgãos mais especializados do que outros. O cão estava de posse do faro, o morcego do radar interno, a águia de sua visão aguçada e assim por diante. Para Voltaire, se isto ocorreria na Terra, que é a nossa casa tão pequena apresentando esta gama de variedade, imagina no Universo, que é tão imenso podendo então ter milhões de outras vidas.Voltaire acreditava nisso. Ele mesmo defendia que vidas poderiam existir em outros planetas. “A matéria está por toda parte, mas tem em cada globo propriedades diversas, Quantas dessas propriedades contam os senhores na sua matéria?”(Voltaire,

p.6).

Não duvido – respondeu Micromegas – porque para nós, do meu planeta, que temos mais de mil sentidos, ainda fica um não sei que vago desejo, uma não sei que inquietação, o tempo todo, lembrando-nos que somos pouca coisa e que há outros seres muito mais perfeitos do que nós. Eu, que andei viajando um bocado, vi mortais que estão bem abaixo de nós, assim como vi outros que nos são muito superiores; mas nunca vi nenhum que não tenha mais desejos do que suas verdadeiras necessidades e mais necessidades do que satisfações. Talvez algum dia eu chegue a um lugar onde nada falte; mas até agora ainda não achei ninguém que me desse notícias de um país assim(Voltaire, p.6).[3]

    Micromegas quando relatou ao Habitante de Saturno, que possuía mais de mil órgãos dos sentidos, mas que mesmo assim sentia-se incompleto. Na realidade, Voltaire estava procurando fazer também uma crítica ferrenha ao empirismo, no qual acreditava que as verdades se davam através dos órgãos do sentido e à teoria da tábua rasa, defendida por John Locke, um dos primeiros empiristas, que pregava que o homem era uma folha em branco. Numa outra passagem, Voltaire fala do tempo de vida média dos habitantes do planeta Sirius, que viviam centenas de vezes mais que os habitantes do planeta de Saturno e da terra, porém para os habitantes de Sirus mesmo assim a vida ainda era um simples piscar de olhos:

Se você não fosse um filósofo, eu teria medo de afligi-lo revelando que nossa vida é 700 vezes mais longa do que a sua; mas você sabe muito bem que, quando se tem de devolver nosso corpo à terra, o fato de ter vivido uma eternidade ou um só dia dá exatamente na mesma. Já estive em países onde se vive mil vezes mais tempo do que no meu e vi que lá se resmunga contra isso do mesmo jeito (Voltaire,p.12).[3]

    Voltaire, estava preocupado em encontrarmos as verdades cientificas não só pelos sentidos, mas sim pela razão. Ora, se vejo uma estrela mui distante da Terra é plausível que não poderei chegar até ela, e isto se dá porque o raciocínio, antes da experiência permitiu-me chegar nesta conclusão, embora tenha se valido também da visão. Para reforçar exatamente esta questão é que Voltaire escreve o Gigante Micromegas que na companhia do Anão Saturniano chegaram à Terra, a qual para eles se apresenta um planeta minúsculo. As águas do mar, do planeta batiam nos calcanhares de Micromegas e não passavam das canelas do anão. Isto posto, o Anão age como um filósofo afoito, quando procura dar uma explicação para o funcionamento do universo através do empirismo e assim acaba por se enganar. O Saturniano faz uma observaçãosuperficial da Terra e conclui que a mesma não teria vida, tendo em vista o tamanho minúsculo do planeta (Voltaire, p. 02 e 08). Por esta observação, o anão é polidamente advertido por Micromegas, pois o Universo era repleto de diversidade, entre Micromegas e o Anão já havia esta diversidade a começar pelo tamanho desproporcional entre ambos, logo a Terra poderia ter sim vida, porém de uma maneira distinta e diferente. Seus Habitantes poderiam ser seres minúsculos.[2] Vejamos:

O anão(...) conclui a princípio que não havia habitantes na terra. Seu primeiro argumento era de que não vira, ninguém. Micromegas, polidamente, fez-lhe sentir que ele não raciocinava muito bem: - Como não distingues com os teus pequenos olhos, certas estrelas de quinquagésima grandeza que eu percebo distintamente; conclui daí que essas estrelas não existem? (Voltaire, p.2)[3].

    A concepção do anão começou a ser negada, quando ele encontrou no Mar Báltico uma baleia, que cabia exatamente na unha de seu polegar.

Afinal o habitante de Saturno viu qualquer coisa quase imperceptível que se movia à superfície do mar Báltico: era uma baleia. Pegou-a habilmente com o dedo mínimo e, colocando-a sobre a unha do polegar, mostrou-a a Micromegas, que se pôs a rir da excessiva pequenez dos habitantes do nosso globo. O saturniano, convencido de que o nosso mundo é habitado, imaginou logo que só o era por baleias... Micromegas sentiu-se muito embaraçado: examinou o animal com infinita paciência, e o resultado da análise foi que era impossível acreditar que ali se alojasse uma alma. [3]

    Se a baleia era um simples átomo, imaginem quando encontrassem os homens?

Micromegas em suas viagens procurava seres racionais para alargar seu conhecimento, logo todos os seres que pudessem estabelecer um diálogo eram seres dotados de alma, pois é na alma que está a razão (Voltaire, p. 11).

Em um determinado momento, o colar de diamantes de Micromegas se rompe e através dele, Micromegas e o Anão utilizam-no como Microscópio fazendo-os encontrar um navio repleto de cientistas, filósofos, matemáticos dentre outros. Para se comunicar com os humanos Micromegas e o Anão fabricaram uma trompa acústica. Os dois viajantes ficaram surpresos, com a inteligência apresentada pelos humanos, já que um dos matemáticos calculou o tamanho exato do Anão e de Micromegas ( Voltaire, p.10 e 12[2]).

    Micromegas se surpreendeu: como seres tão minúsculos, que só eram vistos através de microscópio e que viviam com apenas cinco órgãos dos sentidos e não passavam de algumas décadas de vida, podiam fazer cálculos tão exatos e precisos? (Voltaire, p. 12). Micromegas queria saber se havia na Terra outros seres menores que os humanos e de tamanha inteligência (Voltaire, p.12). Para sua surpresa, um dos filósofos do navio mencionou-lhe a abelha, como sendo um destes seres racionais, já que convivia pacificamente em sociedade, trabalhava, mas ao apresentar a abelha como ser inteligente, Voltaire estava querendo fazer outra crítica a Descartes, o qual considerava todos os animais, como meras máquinas não pensantes, ao passo que Voltaire se opunha a esta teoria. Ademais o filósofo do navio completa e diz a Micromegas, que a infinidade de diferenças entre as espécies eram comuns na Terra.Vejamos:

Respondeu-lhe um dos filósofos que ele poderia com toda a segurança acreditar que há de fato seres inteligentes muito menores que o homem. Contou-lhe, não tudo o que Virgílio diz de fabuloso sobre as abelhas, mas o que Swammerdam descobriu, e o que Réaumur dissecou. Disse-lhe, enfim, - que há animais que estão para as abelhas como as abelhas estão para os homens... Voltaire, p.12).[3]

    Micromegas acreditava que havia encontrado o melhor dos mundos, já que nunca havia encontrado seres tão pequenos no tamanho e com tão pouco tempo de vida , mas que eram tão elevados no intelecto quanto aos Habitantes de Sirius, Saturno e demais planetas visitados por Micromegas. O Viajante interplanetário dirigindo-se aos filósofos disse:

    Ó átomos inteligentes, em quem o Ser Eterno se comprazeu em manifestar seu engenho e poderio, deveis gozar sem dúvida das mais puras alegrias sobre o vosso globo; pois, tendo tão pouca matéria e parecendo puro espírito, deveis passar a vida a amar e a pensar, que é o que constitui a verdadeira vida dos espíritos. A verdadeira felicidade, que não vi em parte nenhuma, com certeza é aqui que existe (Voltaire, p. 12).

    Os filósofos imediatamente negam que a Terra era o melhor dos Mundos. Um deles confessou que excetuando um pequeno número de habitantes muito pouco considerados ( os filósofos ) o que restava era uma assembleia de loucos, de maus e infelizes (Voltaire, p. 2).

    Micromegas descobre que a terra também tinha problema com intolerância religiosa, quando o filósofo do navio lhe fala que naquele exato instante, “havia cem mil loucos da nossa espécie, cobertos de chapéus, que matam cem mil outros animais cobertos de um turbante, ou que são massacrados por estes e que, quase por toda a terra, é assim que se faz, desde tempos imemoriais”?

    Micromegas ficou revoltado e quis eliminar com uma única pisada de pé todos estes homens do mal, mas um dos filósofos lhe advertiu a não perder o tempo com tal atitude, na medida que o próprio homem se conduzia ao seu próprio fim. Vejamos:

    Não vos deis a esse incômodo; eles já trabalham bastante para a sua própria ruína. Ficai sabendo que, passados dez anos, já não resta nem a centésima parte desses miseráveis, e, mesmo que não tivessem puxado da espada, a fome, a fadiga ou a intemperança os levam ,a quase todos. Aliás, não é a estes que é preciso punir, mas sim a esses bárbaros sedentários que, do fundo de seu gabinete, ordenam, durante a digestão, o massacre de um milhão de homens, e em seguida o agradecem solenemente a Deus.

LIÇÃO DA OBRA

    O ser humano é apenas um inseto insignificante que mora num ponto minúsculo do universo infinito, cuja Terra só tem vida graças ao Sol. Apagando-se este astro, não só morre os animais, mas também o homem e com ele morre também suas invenções: política, ética e ciência, que são obras do homem racional. Com ele morre também, suas vaidades. Enfim, morre com o homem todos os seus desejos humanos demasiadamente humano, como Nietzsche em 1873, em seu livro: A verdade e a mentira no sentido extramoral, muito bem escreveu. A vaidade Humana, a ética, a religião, a política e a ciência, que são as bases do especismo humano são constantemente atacadas por Voltaire. Através do conto, ele critica as religiões responsáveis por serem as responsáveis pela prática da intolerância religiosa, que levava milhões de homens a se perseguirem e se matarem mutuamente além de deixar os homens presos a temores metafísicos. Vai criticar também a ciência empirista, por considerá-la como um método inadequado para de descobrir as coisas. Privilegiou o uso da razão como um novo instrumento de análise. Demonstrou que se usarmos a razão perceberemos que a imensidão do Universo não nos leva a concluir que tudo foi feito para satisfazer os homens, e quem pensa assim estava vivendo numa ilusão. Vejamos uma passagem em Micromegas:

Mas, por desgraça, havia ali um animalículo de capelo que cortou a palavra ...: disse que sabia o segredo de tudo, o qual se achava na Suma de Santo Tomás; mediu de alto a baixo os dois habitantes celestes; sustentou-lhes que as suas pessoas, os seus mundos, sois e estrelas, tudo era feito unicamente para o homem. A isto, os nossos dois viajantes tombaram um nos braços do outro, sufocados de riso...[4]

    Em suma, podemos concluir que Voltaire, foi um escritor muito corajoso, na medida que, pôs sua vida em risco, para denunciar as práticas intolerantes da Igreja e do Estado. Sua vida foi de constante perseguição. Assim como o Gigante Micromegas, e Gulliver, Voltaire foi um constante fugitivo, já que a França o condenou ao exílio e o ameaçou de queimá-lo na fogueira. Voltaire, o grande demolidor, mudou a vida do século XVIII, e até hoje seus escritos estão presentes entre nós, na medida, que ainda vivemos num mundo intolerante, em que as guerras e perseguições religiosas estão presentes no Oriente Médio. Na china, os animais são mortos da forma mais cruel pelo homem. Na África é comum mulheres serem vendidas para se pagar dividas ou excluídas da sociedade, para cuidar dos filhos. No Brasil é constante o relato de homofobia a gays.

Diante destes fatos, o século XXI precisa ler mais Voltaire.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Micromegas: file:///C|/site/livros_gratis/micromegas.htm

LEITURA RECOMENDADAS

CRONK,Nicolas.Compêndio Da Cambridge sobre Voltaire - São Paulo: Madras, 2010.

DURANT, Will. Os Grandes Filósofos: A filosofia de Voltaire – Rio De Janeiro, Ediouro, 2001.

NASCIMENTO, Maria das Graças, VOLTAIRE E O MATERIALISMO DO SÉCULO XVIII - São Paulo, USP, 1983.

_____,Milton Meira;NASCIMENTO,Maria das Graças. Iluminismo:A revolução das Luzes – São Paulo, Ática,2005.

_____, Maria das Graças de Souza. Voltaire: a razão militante – São Paulo, Moderna, 1993.

MALKASSIAN, Gérard. Candide:um débat philosophique – Paris: Ellipses, 2005.

  1.  NASCIMENTO, Maria das Graças de Souza (1993). Voltaire: a razão militante. São Paulo,: Moderna. p. 57
  2. ↑ Ir para:a b c BARROS, UBALDINO DE E ASSOCIAÇÕES (2014). A viagem interplanetária de um jovem chamado micromegas. SAO PAULO: JONAS FARIAS DE BARROS. pp. 1–12 ETI ALI. ISBN 978-85-916138-2-3
  3. ↑ Ir para:a b c d e f g h «micromegas»
  4.  «micromegas»

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